Editorial 4

E foi-se um tempo desde a última edição de nossa Revista N’Areia… um tempo de muitos movimentos, de areia trabalhada e revolvida: forma-desforma-transforma-ação… e eis-nos aqui de volta, nesta Primavera florescendo de muitas de nossas sementes incubadas.

Sempre foi um dos objetivos da Revista a preservação de nossa história, já que nela podemos compreender como este chão que nos enraíza foi constituído e nutre a arvore que floresce e frutifica. Assim, dando sequência a este registro, iniciaremos a publicação de uma série de entrevistas com o grupo dos nossos membros fundadores –   aqui nesta edição, estreamos com nossa colega: Zilda Machado. Para relembrar: Zilda foi quem nos primórdios dos trabalhos da Cooperativa do Sandplay, abriu as portas, literalmente, de sua casa e jardim, para hospedar nossos encontros. Generosamente, ela e seu marido se dispunham a arrastar os moveis da sala (com nossa ajuda, claro!), abrindo espaço para que todos pudéssemos nos acomodar e participar dos seminários, trocar nossas experiencias. Lembro destes encontros que se estendiam pelo Sábado e Domingo, finais de semana cheios de vivacidade, inspiração, afeto e o compartilhar de comidas saborosas; com certeza aquela sala contribuiu muito para que constelássemos um ambiente livre e protegido!! Para esta entrevista, contamos com a colaboração de Edna Levy –também uma de nossas fundadoras, a quem agradecemos a cuidadosa transcrição que nos permite ter este resumo de Zilda e suas ideias e história com o Sandplay.

Nesta edição contamos com mais um outro membro fundador: Marion Anderson, Ph.D., com seu artigo, originalmente publicado pelo Journal of Sandplay Therapy (a quem agradecemos a concessão da publicação na versão em português) que trata da questão tão cara a todos nós: o terapeuta e sua coleção de miniaturas. A partir das próprias experiencias com sua coleção, Marion pesquisou e teceu reflexões no que se tornou o objeto de sua tese de Doutoramento – analisando a importância da coleção de miniaturas tanto do ponto de vista do paciente quanto do próprio terapeuta. Coincidentemente, publicado aqui N’Areia justamente no mês de seu aniversário, é ela quem no presenteia com seu artigo… Que isso nos incentive ao trabalho transformador da elaboração de nossas experiencia.

Entendemos ser muito oportuno trazer este artigo para a Revista, pois além de lançar luz sobre as questões simbólicas, trata de tema que muitos de nós temos vivido mais intensamente desde as adaptações em relação ao uso das miniaturas que foram necessárias no tempo da Pandemia da Covid. Que arranjos cada um de nós fez na obrigatoriedade do distanciamento, na versão online dos atendimentos? E depois?

Alguns terapeutas empacotaram a coleção de miniaturas para preservá-la e depois, quando se sentiram seguros, foram realocando suas miniaturas nos novos espaços possíveis. Mas houve alguns outros que face a interdição, pesquisaram e testaram novos formatos e se enveredaram por caminhos diferentes com suas miniaturas.

Então pensamos que seria muito interessante uma pesquisa, aqui entre nós, acerca do tema. A Revista N’Areia gostaria de saber como foi e tem sido a sua experiencia com a coleção de miniaturas do Sandplay:

-Como você conviveu com sua coleção de miniaturas durante o “lockdown”? Pensamentos, sensações, experimentos…

– Como os novos limites impactaram seu trabalho?

– E atualmente, como você se relaciona com sua coleção?

Escreva para N’Areia contando sua experiencia. Este material pode render uma bela reflexão e consequente artigo.

Vamos lá – aguardamos suas contribuições e os seus artigos para publicação em nossa Revista.

Mais informações em: https://na-areia.ibtsandplay.org.br/diretrizes-editoriais/

Desfrutemos a primavera!

Out/2025

Minicurrículo:

Margareth Lury YOSHIKAWA: Psicóloga clínica, membro didata do Instituto Brasileiro de Terapia de Sandplay – IBTSANDPLAY (filiado a International Society for Sandplay Therapy – ISST), mestre em psicologia clínica (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP). E-mail: mluryy@uol.com.br